ONTEM, 23 DE OUTUBRO, 115 ANOS DO PRIMEIRO VOO DO 14-BIS, DE SANTOS DUMONT COM DINHEIRO DE RIBEIRÃO PRETO.
E o sonho desse brasileiro, também inventor do relógio de pulso, começou como apoio de Ribeirão Preto, que através da Câmara de Vereadores, em sessão de 31/10/1903, concedeu auxílio de um conto de réis para Alberto Santos Dumont, para a continuidade de seus estudos e pesquisas. Filho de Henrique Dumont, o primeiro Rei do Café, Santos Dumont morou durante sua infância na fazenda do pai, localizada aqui na cidade e que atualmente é o município de Dumont.
Com esse auxílio público ele foi para Paris, onde continuou suas pesquisas e fez o voo inaugural do 14-Bis em 23 de outubro de 1906. Primeiro voo de uma aeronave foi há dois metros do solo e percorreu uma distância de 60 metros em 7 segundos.
Foi numa engenhoca construída com seda, bambu, madeira e peças de metal que Alberto Santos Dumont, realizou o sonho da humanidade de voar com um equipamento mais pesado que o ar.
Naquele mês, o 14-Bis mostrou ao mundo que era possível decolar e pousar sem auxílio externo e, no mês seguinte, registrou o primeiro recorde reconhecido pela Federação Aeronáutica Internacional ao sobrevoar a distância de 220 metros em 21 segundos. E foi assim que Dumont, esse mineiro de “Arraial de João Gomes”, hoje município com o nome de ‘Santos Dumont’, ribeirão-pretano de coração, um brasileiro visionário, inovador e pioneiro escreveu seu nome na história ao realizar a façanha no campo de Bagatelle em París à uma plateia de mais de mil pessoas.
Para o 14-Bis, Santos Dumont reuniu o que havia de mais moderno entre projetos de aviação com o motor Antoinette de oito cilindros, usado originalmente em barcos, e resolveu o principal problema do voo: alcançar velocidade suficiente em solo para gerar força de sustentação para a decolagem. O 14-Bis, que comportava apenas um tripulante, tinha 10 metros de comprimento, 12 metros de largura, 4,8 metros de altura e pesava sem carga, 160 quilos. Seu motor de propulsão tinha 50 hp de potência.
O 14-Bis era também conhecido como “Oiseau de Proie” (no francês, “ave de rapina”).
Por: Renato Alves.