O cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, entrou com uma ação contra a ativista e protetora de animais Luisa Mell por danos morais.
O artista pede mais de R$ 30 mil por ter sido acusado de maus-tratos a animais enquanto fazia uma romaria de Camanducaia (MG) a Aparecida (SP). As informações são do portal online g1.
No mês de setembro, Luisa publicou alguns vídeos na web, mostrando o cantor trilhando o caminho da romaria em cima de um único burro.
Na ocasião, o sertanejo rebateu diretamente a declaração e falou que entraria com um processo contra ela.
“E você, Luísa Mell, cuidado com o que você posta, tá? Porque tudo que você tá postando cai em um processo gigantesco contra você. Eu não maltrato animal. Eu duvido animal mais bem tratado do que os que estão fazendo a romaria. Inclusive, nessa romaria, não vou te desejar mal, vou rezar por você, porque você é uma pessoa que precisa de ajuda. Apoio muito as coisas que você faz, mas, antes de você postar, presta atenção”, disse o cantor.
Os advogados, que representam a defesa de Zé Neto, alegam na ação que a publicação feita por Luisa Mell é inverídica e causou prejuízos à imagem do cantor.
Além de pedir indenização por danos morais, a defesa do cantor também solicita que a protetora de animais apague o vídeo no que gerou repercussão e, depois, a polêmica.
O juiz Gustavo Henrique Bretas Marzagão, da 35ª Vara Cível de São Paulo, deu dois dias para Luisa Mell retirar a postagem da internet.
“A despeito da cognição sumária, própria deste momento processual, há elementos que sustentam a tese defendida pelo autor no sentido de que a postagem feita pela ré – composta de um vídeo e uma legenda – divulga fato inverídico, qual seja, o de que o autor teria realizado uma viagem de 1180 km montado em um único burro para pagar promessa, quando, de acordo com os documentos que instruem a inicial, a rota entre Camanducaia e Aparecida tinha aproximadamente 141 km, foi percorrida em cinco dias, com revezamento entre os animais, os quais tiveram acompanhamento de dois médicos veterinários, que asseguraram as normas de bem-estar dos animais”, informou o magistrado.
Ainda de acordo com a decisão do juiz, a ativista é nacionalmente conhecida no meio televisivo e na internet como defensora dos animais e o perfil em que fez a publicação tem quase 4 milhões de seguidores.
“Em razão desse destaque, as opiniões que emite por meio destes canais de comunicação ganham rapidamente repercussão nacional, atingindo milhões de pessoas. Para que possa ser legitimamente exercido, o direito de crítica deve recair sobre um fato verídico o que, a princípio, não ocorreu no caso em exame, porque a ré não se limitou a criticar o uso do animal pelo autor, mas lhe atribuiu fato inverídico, desbordando do seu direito e ingressando no campo do ilícito. E, a despeito da retratação que fez em postagem posterior, a primeira permanece ativa em sua conta, perpetuando os efeitos negativos à imagem do autor, cantor de projeção nacional que, desde a postagem feita pela ré, vem sendo acusado de abusar e de praticar atos de maus-tratos em animais”, mencionou o juiz.
Até o momento, Luisa Mell ainda não se manifestou sobre a decisão.