Agronegócio brasileiro bateu recordes em 2021. Além disso, em janeiro de 2022, o Brasil já inicia com outro número extraordinário. O país embarcou no primeiro mês do ano a quantia de US$ 8,82 bilhões em produtos do agronegócio, valor recorde para o mês, com aumento de 57,5% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.
A soja foi o produto que puxou esse ótimo resultado . A receita com embarques da oleaginosa cresceu 338,3% em janeiro em relação ao mesmo período de 2021, para US$ 2,12 bilhões. O volume de soja exportado alcançou a marca de 2,45 milhões de toneladas.
Apesar dos recordes batidos, na região de Ribeirão Preto o desempenho na safra 2021/22 de cana-de-açúcar foi impactada negativamente pelo clima, o que resultou em uma queda de quase 20% na produção. No ano de 2021 a região enfrentou seca, geadas e queimas criminosas, fatores que prejudicaram o resultado.
Para Paulo Junqueira, presidente da Associação Rural de Ribeirão Preto, do Sindicato Rural e da Associação Rural Vale do Rio Pardo, a expectativa é que o setor sucroalcooleiro se recupere na safra 2022/23, com um ganho de 10% aproximadamente. Segundo ele, o regime de chuvas colaborou para que essa recuperação aconteça.
Outro fator para a recuperação, que o empresário e produtor aponta, é a valorização dos produtos, com os preços do etanol e do açúcar em um patamar de venda positivo para os produtores. Mesmo com queda na produção, a indústria canavieira teve resultados excepcionais causados principalmente pelo preço do mercado externo pago pela saca do açúcar. Os valores chegaram R$ 150 a saca de açúcar e a média histórica de US$ 20 para o buschel de açúcar.
Um alerta dado para a próxima safra e que preocupa o setor é a inflação, causada pelos preços dos insumos. É necessário que o preço dos adubos se estabilize e caiam. Paulo Junqueira acredita que a ida do presidente Jair Bolsonaro à Rússia pode trazer benefícios nessa área. A expectativa é que os dois países façam um acordo para o comércio de fosfato e hidrogenados, o que pode fortalecer o setor.
A boa notícia para a região é que a lavoura de grãos (amendoim e soja) foi bem farta, mas com o ciclo ainda não foi finalizado é necessário que uma estiagem aconteça antes do final da colheita, para garantir essa alta produtividade. A expectativa é de mais de 60 sacas de soja por hectare e em torno de 200 sacos de amendoin por hectare, números considerados excelentes.
No âmbito nacional a safra de grãos será impactada negativamente pela produção da soja, que terá uma queda em virtude da seca histórica sofrida na região Sul país. A previsão anterior era que a produção de grãos chegasse a mais de 300 milhões de toneladas. Agora, com os resultados da soja, pode ficar abaixo de 270 milhões de toneladas. O resultado do milho, por outro lado, deve ser melhor. O grão deve atingir 112,34 milhões de toneladas, um incremento de 29% em relação a safra anterior.