ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão disse nesta segunda-feira que a administração do Talibã tentou invadir seu território com a construção de uma 'estrutura ilegal' e acusou as forças afegãs de 'disparos indiscriminados' em um incidente que levou ao fechamento do principal ponto de trânsito na fronteira na semana passada.
A passagem de fronteira de Torkham, entre Paquistão e Afeganistão, está fechada desde quarta-feira, depois que as forças de ambos os lados trocaram tiros, interrompendo o fluxo de centenas de caminhões carregados de mercadorias e milhares de viajantes.
No fim de semana, o Ministério das Relações Exteriores da administração talibã do Afeganistão criticou o fechamento da fronteira e disse que as forças de segurança do Paquistão haviam disparado contra suas tropas quando elas estavam consertando um antigo posto de segurança perto da fronteira.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, Mumtaz Zahra Baloch, disse em resposta que o incidente estava relacionado à construção de uma estrutura pela administração afegã liderada pelo Talibã dentro do território paquistanês, o que violou sua soberania.
'No dia 6 de setembro, em vez de uma resolução pacífica, as tropas afegãs recorreram a disparos indiscriminados, tendo como alvo postos militares do Paquistão, danificando a infraestrutura no Terminal de Fronteira de Torkham e colocando em risco a vida de civis paquistaneses e afegãos, quando foram impedidos de erguer tais estruturas ilegais', acrescentou o comunicado.
As disputas ligadas à fronteira de 2.600 quilômetros têm sido um pomo de discórdia entre os vizinhos há décadas.
Na declaração, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão reiterou sua preocupação de longa data com o aumento dos ataques de militantes e pediu às autoridades do Talibã que evitem que seu território seja usado por militantes contra outras nações.
A administração do Talibã nega que permita o uso do solo afegão para a militância e diz que a segurança do Paquistão é um assunto interno do governo paquistanês.
(Reportagem de Charlotte Greenfield)
Escrito por Reuters