O Instituto Butantan anunciou esta semana o lançamento do aplicativo Global Health Monitor (GHM), que identifica a incidência da Covid-19 na população através do monitoramento geográfico de exames e sintomas. Para a ferramenta ter utilidade no controle da doença, a população precisa baixar o app e se cadastrar. “Tudo depende do input (alimentação de dados) pelos moradores”, afirma Cláudia Ananina, gestora de tecnologia da informação do Butantan.
O aplicativo começará a funcionar nos próximos dias apenas na cidade de Araraquara, no interior de SP, que está com 100% dos leitos de UTI ocupados. Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, lembra que a Nova Zelândia passou a ser referência no controle da covid usando esse tipo de tecnologia. “Estamos falando de quebrar a cadeia de transmissão, o que no Brasil nunca foi feito.”
Ele acredita que Araraquara pode ser o primeiro caso de sucesso no País em reverter à cadeia de transmissão, se houver uso adequado. “Temos dois ‘cases’ extremamente importantes no Brasil: Araraquara e Serrana”, afirma.
A tecnologia tem como objetivo identificar, mapear e isolar os casos positivos, tudo isso de forma anônima. O aplicativo, inédito no mundo, foi desenvolvido pela startup brasileira Global Health Monitor (GHM), com a participação do time de infectologistas do Instituto, que validou uma parte do algoritmo do App. O GHM vai atender a população desde o monitoramento de sintomas individuais e de exposição ao vírus até o mapa de casos de Covid-19 em cada região, com atualização em tempo real. Ele emite alertas quando o usuário se aproxima de uma área de risco e também organiza a carteira de vacinação digital.
O uso do recurso, conhecido como “contact tracing”, é indicado pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), do departamento de Saúde dos Estados Unidos, para impedir a disseminação da Covid.