A dengue é uma doença causada por um vírus que é transmitido pela picada de artrópodes hematófagos como o Aedes aegypti. Após picar uma pessoa infectada, a fêmea pode transmitir o vírus para outras pessoas.
Todas as faixas etárias são suscetíveis, porém as populações vulneráveis como grávidas, crianças e idosos, pessoas infectadas mais de uma vez ou com doenças crônicas (mesmo que tratadas) têm maior risco de desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.
Existem quatro tipos de vírus de dengue, por isso é possível contrair a doença até quatro vezes, já que um sorotipo não gera imunidade permanente para os demais.
A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. O mosquito precisa de água parada para se proliferar e o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos, mas é importante evitar água parada todos os dias pois os ovos do mosquito podem sobreviver por até um ano e meio sem água até encontrar as melhores condições para se desenvolver.
Aedes aegypti
O Aedes aegypti é o transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya. Menor do que os mosquitos comuns, é preto ou marrom com listras brancas no tronco, cabeça e patas.
O macho alimenta-se exclusivamente de frutas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos que podem ser entre 150 a 200 ovos. Ela escolhe mais de um local para realizar cada postura, o que garante maior sucesso reprodutivo. No momento da postura os ovos são brancos, mas logo se tornam negros e brilhantes. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem o seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença.
Em contato com a água, os ovos eclodem em pouco menos de 30 minutos e se desenvolvem rapidamente em larvas, que dão origem às pupas. Delas, surge o adulto num ciclo de, aproximadamente, 7 dias (por esse motivo é importante que se observe o seu ambiente ao menos uma vez na semana para eliminar possíveis criadouros). Em média, cada mosquito vive em torno de 28 a 45 dias. Sua saliva possui uma substância anestésica que torna quase indolor a picada.
Medidas preventivas:
Lave o suporte de garrafão de água mineral sempre quando fizer a troca. Mantenha vedado quando não estiver em uso;
Atrás da geladeira existe um coletor de água. Lave-o pelo menos uma vez por semana, assim como as bandejas do ar-condicionado;
Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários e mantenha a tampa sempre fechada.
Fazer uso de roupas que cubram a pele e inseticidas nos ambientes;
Lave com escova, no mínimo uma vez por semana, potes de comida e de água dos animais;
Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, lave-os semanalmente com bucha e sabão e coloque areia até a borda;
Evite cultivar plantas como bromélias, bambus e outras plantas que acumulam água;
Eliminar água armazenada em poças de água e piscinas sem uso e sem manutenção;
Guarde garrafas, baldes e vasos vazios com a boca para baixo;
Guarde pneus velhos e outros objetos que possam acumular água em locais secos e abrigados da chuva;
Lave semanalmente, com escova, a parte interna de tanques utilizados para armazenar água e mantenha-os sempre tampados;
Evite acumular objetos não utilizados como latas, garrafas, embalagens e até mesmo recipientes pequenos como tampas de garrafas;
Coloque o lixo em sacos plásticos, mantenha a lixeira bem fechada e fora do alcance de animais até o recolhimento;
Trate a água de piscinas com cloro e limpe-as uma vez por semana. Somente utilizar capa como cobertura não impede os focos do mosquito;
Conserve a caixa d’água com a tampa completamente vedada e cubra o extravasor/ladrão com tela. Lave a caixa com bucha, sabão e água sanitária em, no máximo, de 6 em 6 meses;
Não deixe água acumulada sobre lajes;
Bloqueie o cano de sustentação da antena parabólica para que não acumule água em seu interior;
Mantenha as calhas limpas e niveladas;
Instalar telas nas portas, janelas, ralos, pias, tanques e dutos de ventilação;
Conserte e nivele toda imperfeição em assoalhos e locais que possam acumular água;
Vede com cimento ou quebre todos os cacos de vidros nos muros que possam acumular água;
Permita sempre o acesso do agente de controle de zoonoses em sua residência ou estabelecimento comercial.
Denuncie à Secretaria Municipal de Saúde, caso saiba de algum local que não esteja seguindo as orientações de prevenção contra a dengue.
Sintomas
Os sintomas podem abranger febre, náusea, vômito, inchaço nas glândulas, erupções cutâneas, coceira, fadiga, mal-estar, perda de apetite, falta de ar, tremor, suor, sangramento e dores musculares, de cabeça, nos olhos, costas, abdômen ou ossos e articulações. No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática, branda ou grave. No último caso, há hemorragia intensa e choque hemorrágico, o que pode ser fatal.
Tratamento
Ao apresentar os primeiros sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, ambos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O disgnóstico é clínico e feito por um médico. É confirmado com exames laboratoriais ou com teste rápido. O tratamento é feito com auxílio médico para aliviar os sintomas e inclui repouso, ingestão de líquidos e analgésicos. Já nos casos graves, são necessários cuidados hospitalares. Como toda infecção, se não tratada, pode levar ao desenvolvimento da Síndrome de Gulliain-Barre, encefalite e outras complicações neurológicas.