Após conquistar o mercado americano com os discos The Joshua Tree (1987) e Rattle and Hum (1988) – e fazer uma turnê exaustiva pela América, os integrantes do U2, mais os produtores Brian Eno e Flood, pousaram em Berlim à procura de novos grooves, batidas eletrônicas e implementação de sintetizadores no som do grupo.
“A ironia do título de ‘One’ é que a banda não estava muito próxima na época. ‘One’ é tão poderosa porque significa que ela é raivosa, dolorosa, calorosa e curativa ao mesmo tempo. É uma canção sobre a desunião escrita contra um pano de fundo de reunificação.”
O curioso é que os versos de “One” nasceram de outra música. Nos primeiros ensaios no Hansa Studios, a banda estava “presa” em uma canção chamada “Sick Puppy”, que depois veio a se chamar “Misterious Ways”. Para resolver um obstáculo na canção, o guitarrista The Edge
criou uma nova sequência de acordes no instrumento que, imediatamente, se tornou os primeiros acordes de “One.”
O guitarrista voltou para a sala principal de ensaio e tocou os acordes em um violão, com o baterista Adam Clayton, o baixista Lary Mullen Jr. e Bono se juntando a ele. Naquele momento, ficou claro que algo especial estava acontecendo: o maior hit, e salvador da banda, estava nascendo.
À BBC Culture, Lary Mullen Jr. disse:
”Se eu fosse escolher uma música que englobe tudo sobre quem e o que somos, teria que ser ‘One’. Toda vez que eu a ouço ou a tocamos, nos conectamos.”
Bono também explicou que a música funciona porque não clama por unidade. “Ela nos apresenta como estando ligados aos outros, gostemos ou não. Temos que carregar um ao outro. Somos um, mas não somos os mesmos. Ela permite espaço para todas as diferenças que passam pela porta,” disse o vocalista de 61 anos.
“Às vezes você escreve a música que realmente precisa ouvir”, completou Bono.
Quando Achtung Baby foi lançado, os críticos compararam “One” aos hits de Rolling Stones, Roy Orbison e Al Green. A música ganhou três clipes distintos: o primeiro filmado em Berlim pelo fotógrafo Anton Corbijn, retratando a banda como drag queens, o segundo com um búfalo correndo em câmera lenta, e o terceiro com Bono fumando e pensativo em uma boate em Nova York.
Desde então, “One” faz parte da vida de cada pessoa e fã do U2. A canção é tocada em casamentos, comemorações festivas, funerais, posses, momentos românticos, viagens e proporciona a cada ouvinte prazeres e satisfações diferentes. E, por isso, continua tão poderosa mesmo 30 anos depois.
“One’ é uma daquelas canções que tem uma flexibilidade incrível para diferentes ocasiões,” finalizou The Edge.
As informações são da BBC Culture.
Fonte: Rolling Stone Brasil