BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que os cuidados que a população deve tomar em relação a variante ômicron, que surgiu na África do Sul, são os mesmos de outras cepas da Covid que já circulam pelo mundo.
O secretário de Vigilância da Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, ressaltou que além da imunização, as pessoas precisam continuar adotando as medidas não farmacológicas e até evitar viagens para lugares em que a nova cepa esteja circulando para evitar a contaminação.
Medeiros ressaltou que o país está preparado para enfrentar essa nova variante. A pasta não descarta a possibilidade da entrada da nova cepa no país.
"É extremamente importante que mantenhamos o foco na campanha de vacinação e mantenhamos as chamadas medidas não farmacológicas. Evitarmos aglomerações, higienização das mãos, álcool em gel, a etiqueta respiratória", destacou.
Durante a live, integrantes da pasta também comentaram sobre a medida do governo de proibir a entrada no Brasil de quem esteve, nos últimos 14 dias, em seis países africanos: África do Sul, Botsuana, Suazilândia (Eswatini), Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Para Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde, isso vai retardar a entrada da variante no país. A decisão havia sido tomada na sexta-feira (26) em reunião convocada em caráter emergencial, por causa da nova cepa.
A medida foi tomada após recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Neste sábado (27), a agência reguladora recomendou que mais quatro países entrem na lista. São eles: Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia.
"Foi uma medida adotada pelo Brasil por precaução seguindo a conduta de alguns países do mundo também. Restringiu-se a entrada de pessoas que tiveram pelo menos a 14 dias nesses países onde identificou-se essa variante ômicron. Tudo com o intuito de aprimorar nossa vigilância e retardar a entrada dessa variante no Brasil até que a gente tenha mais ideia dos seus reais impactos, enfim, de todas essas questões", disse.
A Anvisa também propôs que o governo federal cobre o certificado de vacinação contra a Covid-19 como forma de liberar a entrada de viajantes no Brasil. O governo, contudo, não deliberou na reunião de sexta a respeito deste pedido da agência reguladora na reunião desta sexta no Palácio do Planalto.
De acordo com interlocutores da Saúde e do Planalto, que estiveram no encontro, o assunto deve ser discutido nesta semana, mas admitem ser improvável que seja atendido o pedido do órgão regulador.
O pedido de estabelecer o "passaporte da vacina" foi apresentado pela Anvisa no dia 12 ao Palácio do Planalto, como revelou a Folha, mas esbarra nas bandeiras negacionistas de Bolsonaro e de seus aliados. O presidente já disse publicamente que não se vacinou ainda.
Até a manhã deste domingo (28), havia casos confirmados da nova variante em ao menos oito países europeus: Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda, Áustria, Dinamarca e República Tcheca.
A OMS classificou a nova cepa como "variante de preocupação", por causa do potencial risco de ser mais transmissível que as anteriores. Mesmo antes dessa avaliação, o grande número de mutações da variante gerou uma grande onda de atenção em vários países do mundo.
O Ministério da Saúde emitiu um alerta para as secretarias estaduais sobre a nova variante. O documento da pasta foi direcionado para a rede CIEVS (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde), que reúne o sistema de vigilância do país.
O texto orienta que as redes façam a notificação imediatamente para a pasta quando houver casos suspeitos ou confirmados.