Desde 2019, quando a AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto tornou-se ponto de coleta de blisters, cerca de 1,5 tonelada de cartelas recolhidas no local já foram destinadas para reaproveitamento. Há poucos dias, o carregamento seguiu para o interior do Paraná e vai compor a fabricação de novos produtos como portas, guarnições e rodapés, para o mercado da construção civil.
O blister é considerado a embalagem primária, aquela cartela que fica em contato direto com o medicamento e não pode ser dispensado no lixo comum. As cartelas são feitas de PVC e alumínio. Especialistas recomendam descartar blister, assim como outras embalagens primárias de medicamentos, como potes de vidro ou plástico e bisnagas de gel e creme, em postos de coleta porque estiveram em contato com o remédio e contêm substâncias químicas que podem contaminar solo e água.
O blister é composto por camadas de alumínio (cerca de 15%) e plástico (cerca de 85%). O metal é utilizado como barreira para proteção porque impede a entrada de gases e umidade e ajuda a manter as condições necessárias do princípio ativo dos medicamentos pelo tempo e uso necessários. O plástico é 100% reutilizável no composto que entra na fabricação de portas, rodapés, molduras e batentes onde confere propriedades como impermeabilidade, durabilidade, estabilidade térmica e resistência a fungos e cupins, por exemplo.
O sistema de processamento dessas cartelas é 100% mecânico, sem qualquer contato humano e a transformação torna o material reutilizável na indústria sem risco para o meio ambiente.
Na fábrica, as cartelas são trituradas, passam por um processo de micronização (redução das dimensões de partículas transformando-as, por quebra ou desgaste, em dimensões da ordem de micrômetros).
Depois disso, o pó segue para um sistema eletrostático (processo de alta tensão que separa materiais utilizando as diferentes condutividades elétricas das partículas) que separa o plástico do alumínio.